São Pedro de Alcântara

Nasceu em 1499 em Espanha e com 25 anos entra para um convento perto de Valência de Alcântara, onde toma o nome de frei Pedro de Alcântara.
Em 1539 viaja até Portugal para reformar uma das províncias franciscanas, segundo a regra dos capuchinhos.

1542 – Os Arrábidos

Frei Pedro fixa-se na Serra da Arrábida onde, com Martinho Benavides, funda o Convento de Nossa Senhora da Arrábida. Aqui escreveu toda a regra da nova comunidade e ajudou a fundar uma série de outros conventos para os chamados, a partir de então, Arrábidos.

1589 – Doação do sítio do Berlé

"Para a construção de um novo convento, contribuíram, os ilustres torrejanos, Antão Mogo de Mello e sua mulher, Angela Sigea de Velasco, dama da infanta D. Maria, filha do rei D. Manuel, que doaram uma herdade no sítio do Berlé, a 1 Km ao sul da vila de Torres Novas."  Pinho Leal

1591 A construção do Convento

As obras tiveram início em 1591, tendo-se empenhado na rápida construção deste novo espaço para os frades arrábidos,
D. Álvaro de Lencastre, 3º Duque de Aveiro, bisneto do rei D. João II e protector dos Conventos da Arrábida.

1593 Chegada dos frades Arrábidos

"Em 1593 veio toda a comunidade habitar o novo edifício, para grande satisfação do povo da vila, que desejava os frades perto da povoação. Teve a invocação de Sto. António."
Fortunato de Almeida, História da Igreja em Portugal, vol.II, 1968.

Caracteristicas

Estes frades preconizavam uma vida de retiro, em oração e pobreza. Andavam descalços e vestiam hábitos de burel com grande capuz caído para as costas. Igualmente simples eram os conventos por eles fundados: edifícios de pequeno porte e construção modesta.

1640 – Primeiras obras

"Como a obra foi feita com pouca solidez, passados apenas 46 anos, já ameaçava eminente ruína, pelo que o então guardião, frei António de Moura, o mandou reedificar, mudando-lhe o coro, que estava nas costas da capela-mor, para cima da porta principal. (cont.)

1640 – Primeiras obras

(cont.) O claustro, que era forrado a madeira, o mandou fazer de abóbada, renovando também os dormitórios e demais oficinas." Estes melhoramentos permitiram a instalação de 20 frades e a designação de Província, com a possibilidade de ali se realizarem estudos.

Cerca de 1730 - Azulejos

São colocados os belíssimos painéis de azulejos da fábrica do Juncal com cenas da vida de
Sto. António e de São Francisco.
Como se pode ler na lápide de um nicho da Capela-mor, em 1731 são traslados para aqui, os restos mortais do irmão frei Boaventura "religioso de muita virtude".

Terramoto e fim das ordens

Em 1755, parte da abóbada do claustro desmoronou e a parede norte da capela fendeu por completo.
Em 1834, Joaquim António de Aguiar, o Mata-frades, decretou a extinção das ordens religiosas, após a qual, o convento foi encerrado.

Os Atouguias e a Misericórdia

Em 1837 Luiz de Atouguia, ilustre habitante de Torres Novas, que aqui tinha sepultados os seus antepassados, comprou toda a propriedade ao governo.
30 anos mais tarde, o seu irmão, Rodrigo Afonso de Atouguia, doou a cerca, a igreja e as ruínas do convento à Misericórdia.

1875 – Reconstrução da capela

Nesta data (inscrita na fachada)
a Santa Casa da Misericórida reconstrói a igreja do antigo convento. O resto do edifício, em completa ruína, e a respectiva cerca, foram comprados por António de Oliveira Fortes que utilizou a propriedade para várias formas de cultivo.